sábado, 21 de junho de 2008
Muita parra...
- Fim de semana: ver jogos do euro. Tenho de arranjar uma equipa adoptiva e não me consigo decidir. Pensei que seria a Croácia, mas os turcos trocaram-me as voltas (está decidido, serei turca no duelo meta-futebolístico Alemanha-Turquia). Hoje, serei holandesa e amanhã espanhola (que remédio... italiana é que jamais!). É muito difícil esta transmutação nacionalista...
- Na segunda-feira, serei tripeira, sem alho-porro, nem martelo, mas na rua até de manhã a festejar um santo, de sua graça, João.
- Na terça-feira, serei tripeira ressacada, sem alho-porro, com a cabeça a martelar, na cama até ser noite a amaldiçoar um santo, ou dois, ou três...
- Na quarta-feira e até sábado, serei alfacinha, em chato congresso profissional...
(E, contra todas as expectativas, pelo menos as minhas, este é o post número 100... shuif, shuif)
quinta-feira, 19 de junho de 2008
My name is Tixa, Lagartixa
Que modelo de fato de banho lhe assenta melhor?
A sua pontuação: 26 pontos
Resultado: Você é uma viciada em... sol! Desde que ele se levanta até que se põe, não há dúvidas. Se a quiserem encontrar, você está... na praia! Sentir os raios solares a acariciarem-lhe a pele é das coisas de que mais gosta e nem sequer gosta que as outras pessoas se aproximem demasiado porque lhe fazem... sombra!
O modelo ideal para si tem que ser forçosamente mínimo e revelador como o modelo da ONeill que surge nesta página. O soutien deve tapar apenas o mínimo indispensável e a cueca, de fio dental, também. Os biquínis que atacam de lado são os mais indicados. Os tecidos, estampados ou com padrões de felinos selvagens, são os que lhe assentam melhor.
Foto: ONeill
Fonte: http://mulher.sapo.pt/saberviver/artigos/quizzes/824188.html
terça-feira, 17 de junho de 2008
Prioridades
Esta súbita ausência coincidiu com o pico de trabalho na tese e eu, achando que não bastava o suplício em que tal exercício consiste, decidi agravá-lo um pouco mais com uma auto-chicotada infantil: enquanto não acabares isso, não há televisão para ninguém. E assim têm sido os meus dias, somente com formigueiro no ecrã.
Até aqui, deu para ir levando as coisas. Mas, como fazer com os jogos do Europeu ao rubro? Descobrir um café perto de casa era imperativo… Desconfio que Portugal deve ser dos países com mais cafés por metro quadrado e a zona peri-urbana onde habito não é excepção. Estava filada num que abriu recentemente, com um ar de design made in Vila da Feira: elementos decorativos integrados e monocromáticos em materiais fracos e um grande plasma. Mas, está fechado à segunda-feira. Depois, há um outro, fica totalmente virado para poente, tem um sofazinhos confortáveis, com um ar caseiro, mas têm a mania das quiches saudáveis e dos sumos de fruta natural e mai-não-sei-quê, maneiras que na televisão, bola, nem vê-la, assistia-se ao noticiário, pufff. Já em desespero, atravesso a rua e o meu olhar míope parece vislumbrar um buraco esconso, cuja televisão tinha relva. Lá fui eu e encontrei o oásis do café para esta fase dos grupos. O dito café, apresenta-se com vista para dois estádios em simultâneo. Há duas televisões a transmitir os dois jogos ao mesmo tempo, há uma população masculina, com bigode, que passa em revista todos os acontecimentos futebolísticos do dia, há incursões históricas sobre o valor da Holanda em 84, sobre a selecção de Humberto Coelho, há debates acesos sobre o valor do Estado-Nação e de um seleccionador brasileiro, sobre a regionalização e a legitimidade cultural e simbólica da autonomização do “povo tripeiro”, há a dona Albertina que chinela do balcão para as mesas com tremoços e cervejas, há um senhor que liberta um inevitável “Fuôda-se!” perante a bala disparada por Ballack e que, consciente de uma presença feminina estranha, olha para mim, enquanto leva a mão à boca e balbucia “ó menina, desculpe qualquer coisinha”. Sorri ao meu colega de bancada, enquanto pensava ”Homem, não tem nada que pedir desculpa, é um golo do caralho!!”
Para quê tv cabo, quando o mundo passa em directo no café-tasco em frente a casa?!

Foto: daqui
sexta-feira, 13 de junho de 2008
quinta-feira, 12 de junho de 2008
Ora, ponha aqui o seu pezinho

Sapato: Something Blue Satin Pump, de Manolo Blahnik (Claro!)
domingo, 8 de junho de 2008
quinta-feira, 5 de junho de 2008
Longe da vista... perto de um click
Quando a convivência, movida pelo amor, pela paixão, pelo devaneio passageiro… termina, em regra, estabelece-se um novo espaço, uma distância operativa para o fim que se decretou. Não se busca a co-presença (ou, então procura-se “acidentalmente”, só para ver mais uma vez…). Deixa de se contribuir massivamente para o enriquecimento das redes móveis, à custa de sms de “só para enviar um beijo…”, de telefonemas sem razão, ou melhor, com a única que vale a pena, “era só para ouvir a tua voz…”. É assim que deve ser. Mas, sabemos que não o é, quando a cidade ou um confinado quarto de subúrbio gritam uma presença que já não deve existir. Sabemos que assim não é, quando nos aventuramos num espaço que sabemos ser habiual dessa ausência e fingimos surpresa quando ela se materializa no corpo que já lá não está. Sabemos que assim não é, quando o ritmo a que o sangue se passeia no corpo aumenta inexplicavelmente, apenas porque “aquele carro vermelho é do…”, até a vista nos informar da combinação atribuída pela DGV ao veículo e a dança vermelha no interior do corpo regressar ao compasso lento (e um pouco mais triste) que lhe é habitual.
Nem sempre a partida se anuncia no território. Por vezes, já apartados, apertamo-nos em rotinas que inevitavelmente se cruzam, a sala de aula? o local de trabalho? … Onde é que se arruma o olhar, nesta circunstância? Onde é que se constroi o edifício do esquecimento de um corpo que diariamente se passeia na retina? Como é que se interrompe a torrente de pensamentos “por que é está a rir? por que é que está tão sério? or que é não olha? por que é olha?”
Houve alturas em que pensava esta ténue ou férrea inscrição do Outro no espaço se solucionava mudando de cidade, mudando de país, cortando de vez com a ligação ao território que alimentava tudo o resto numa ininterrupta vertigem de articulação. Mas, como é que é possível fazer isso hoje? Mesmo quando (por sorte) já não se comunga de um local onde os corpos esbarram, mesmo quando já se eliminaram os números de telefone, da memória do mesmo (embora ainda subsistam numa outra...), quando no mero gesto de um click ordinário, bisbilhoteiro e voyerista acedemos a uma despudorada página internética onde aquela vida ausente jaz escarrapachada?

quarta-feira, 4 de junho de 2008
Rock junto ao rio (por um mundo não muito pior, vá!)

EU (só não) VOU (se não puder…)
terça-feira, 3 de junho de 2008
Contra(o)tempo

Recentemente, num e-mail muito amável e deveras lisonjeiro, alguém tropeçava num lapsus linguae soberbo, que originou um imediato segundo e-mail explicitando a devida desculpa, porque o assunto da primeira missiva falava de tempos que fodem! Ora, pensei eu, “isso é que era um nome fantástico, como é que não me lembrei disso na altura do baptismo?!?”. Retorqui imediatamente, “nã, estes tempos não copulam tanto como gostariam e um blog monotemático exige uma especialização que ainda (sublinhe-se o esperançoso e optimista ainda) não tenho. Numa outra acepção da dita classificação dos tempos, está bem que há uns que são maus, chatos, isto é, fodidos, mas também há outros bons e assim ficaria desajustado.
Lá me conformei com os tempos que fogem, porque, para mim, a expressão não poderia ser mais adequada. O meu problema com o tempo remonta até onde a minha memória me alcança. Até

Olho à minha volta, com o autismo infantil que, pelo menos agora, me caracteriza e não vejo ninguém com idêntica dificuldade. É sempre, mas sempre num esforço de Sisífo que procuro cumprir com um tempo que desde há muito não agarro com jeito. É sempre, mas sempre, com a fatalidade de um castigo divino, que o mármore se me escapa dos dedos e rola pela escarpa abaixo.

Hummm, é por estas e por outras concepções idealistas que ele me escapa…

segunda-feira, 2 de junho de 2008
Matar-nos mais um bocadinho

Vivemos em tormento e tu insistes em virar a cara para o lado, para a frente para trás, para todo o lado menos para o animal em agonia em que nos transformamos. Porque não falas? Estarás bem assim? Será isto o que tu queres? Com certeza é, mas a mim não me basta. Para mim, basta! Para que acordes, para que percebas que isto assim não está bem, para que mudes provisoriamente durante duas semanas, para pelo menos ganhar um abraço, conquistar um olhar, arrancar-te uma palavra que me seja dirigida. Para que recordes o desespero gravado no corpo da última vez que estiveste próximo do abismo de me perder. Isso, essa memória vai fazer-te entender…
Mas não. Já não há memória, já não há medo, já não há olhar e os teus braços não se movem para me abraçar. Os teus braços apoiam-se na pedra que nos separa, enquanto arremessas balbuciantes "não sei” a tudo o que pergunto. O teu corpo instala-se nessa maldita laje que nos separa para me atirar, sem aviso prévio, essa indiferença e apatia que desconheço. "Não sei"?!? Mas, então, há quanto tempo "não sabes"? Há quanto tempo te arrastas para casa como quem caminha para um covil de lobos? Há quanto tempo me magoas propositadamente? Há quanto "não sabes" e ainda assim fingias surpresa quando te dizia que não estávamos bem, que precisávamos de conversar? Há quanto tempo "não sabes" e eu me consumo sozinha neste pântano de culpa por não nos querer assim?
E eu, que era só certezas, desfiz-me nesta espiral de loucura e irracionalidade que te vasculha os bolsos do casaco em busca de uma razão chamada Maria, Alexandra, Rosa... E eu, que só precisava de esboçar-te um olhar, indiciar-te um sorriso, para te ver rendido à paixão, perco-me neste catálogo de artifícios de sedução inúteis perante a força da tua indiferença. E eu, sempre a poupar-te, porque tu sofrerias mais, tu eras o eterno e desajeitado apaixonado. E eu, sem dúvida, acharia fácil deixar-te partir, até ao momento em que descobri que já cá não estavas, que tinhas abalado numa noite que desconheço, sem dizer adeus, como um ladrão, roubando-me o que me pertence: o poder de decretar a tua partida. Porque, agora, estou refém deste quarto vazio, confundindo as migalhas com o bolo, misturando o amor com o apego, Achando que, perante esta dor, a felicidade é adivinhar-te, sobressaltar-me, vigiar-te, armadilhar-me, chorar-te, matar-nos mais um bocadinho.
Não sei se a História e as histórias são pedagogos eficazes dos afectos, das emoções e dos sentimentos. A compaixão redigiu esta história que não é minha, mas podia ser, porque é de alguém muito próximo que nunca imaginaria (e que nunca se imaginaria) encontrar no enredo que vive nestes dias difíceis, lodosos e cinzentos. Que o sorriso, com que pintas de azul os dias, se desenhe novamente no teu rosto, D.