segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Chorar e esquecer-te

É verdadeiramente inacreditável...
Ainda não consigo medir o tamanho da tua cobardia...
Estou a escrever a quente, bem sei, atónita, movida por uma raiva vazia e indignada.
Não foi neste domingo que eu te liguei, foi no anterior.

Não foi nesta segunda feira que tu te comprometeste a telefonar para combinarmos um encontro para EU falar. Foi na segunda feira passada, que o meu sofrimento e a minha espera se transformaram numa eternidade. Parecia que te esperava há um ano, e desejava-te regressado da guerra e igualmente sofrido.


O que é tu fazes? Recorres ao Short Message Service, esse instrumento esquizofrénico de camuflada comunicação contemporânea. Para me dizeres o quê?
Que sabes que estás em falta comigo (pois, muito bem que ainda não está tolinho nem falho de memória).
Que notaste que te ando a evitar (ora, brilhante, e o prémio nobel da inteligência emocional vai para...).
Questionas se ainda quero conversar contigo (é, de facto a única coisa que se aproveita, porque é mesmo uma pergunta e, sinceramente, não tenho resposta) .
Aproveitas para afirmar que gostavas de conversar comigo (olha que bem! Levamos cromos e figurinhas para trocar?).
E rematas de uma forma abrutalhadamente cobarde e cruel: "Mas tu é que sabes..."

O que eu sei, é que te quero esquecer, porque eu não conheço esta pessoa e não foi por ela que me apaixonei. Pensei que precisava de te comunicar o que sentia e o que pensava, para poder abandonar definivamente o local em que te amei. A tua silenciosa recusa, a tua ausência egoísta para com a necessidade que te havia verbalizado, faz-me repensar aquilo de que preciso. Não preciso de aplacar a tua culpa, não preciso de ouvir as tuas justifcações inúteis, não preciso de me arriscar a ficar novamente enlaçada no emaranhado da tua confusão mental e emocional.

Eu só preciso de abandonar definitivamente este espaço onde achei que encontraríamos o amor descompassado e sôfrego que nos permitiria ultrapassar interditos e partilhar momentos de corpórea felicidade na nossa imperfeição. E para isso, eu acho que já não preciso desta conversa. Só preciso de acreditar que o meu amor morreu e chorá-lo enlutadamente.

1 comentário:

Frigida Kahlo disse...

Women are all the same... Aren't we?