sexta-feira, 7 de março de 2008

Nem a ocasião faz a oposição

Não era necessário ser o Gabriel Alves da arena político-partidária portuguesa para prever que Luís Filipe Menezes não seria grande espingarda como líder do PSD. Agora, o que ninguém poderia imaginar é que seria assim tão MAU...

O povo afirma que "a ocasião faz o ladrão" querendo com isto ilustrar a primazia das circunstâncias sobre a (potencial) virtude das acções dos indivíduos. A actual ocasião, de crescente crispação social, de acumulada e generalizada insatisfação com o rumo que o país leva (ou o "mal-estar difuso", expressão eufemística e cronologicamente desfasada utilizada por uns senhores da SEDES - diz que são dôtores e botam boa faladura...), seria terreno fértil para (independentemente da virtude dos indíviduos) lançar as bases de sólidos argumentos de oposição às actuais políticas de governação. É que da maneira como as coisas vão, nem era preciso muito esforço, nem era preciso acreditar de facto nesses eventuais argumentos, era apenas necessário que existissem... Mas não, diz que não, e o timoneiro do principal partido da oposição explica porquê:

"Há um paradoxo. É que, da mesma maneira que o PSD ainda não merece - vai merecer - ser Governo, o PS já não merece ser Governo. Portanto temos aqui um vazio complicado, que o maior partido da oposição vai ter de resolver rapidamente merecendo ser Governo" (in TSF Online)

Hummm, com que então há um paradoxo ?! (eu não sei, mas se procurarmos bem até encontraremos mais do que um) Hummm, com que então uma crise de diz-mereço-mais-do-que-tu para resolver?! Ora bem, isso ainda pode levar algum tempo... alguém carrega no botão do pause do país, enquanto os senhores disputam a crise de mérito?

Sem comentários: