quarta-feira, 21 de novembro de 2007

De castigo, sms curto e seco

Não percebo a tua distância. A tua indiferença... à chuva, ao trabalho, ao mundo e, sobretudo, a mim. Esperei que ligasses ontem. Não, mentira. Esperei que aparecesses lá em cá casa de surpresa, como costumavas fazer. Sabia que não vinhas. Repetia vezes sem conta na minha cabeça "ele não vem" e, no entanto, apanhava a roupa do chão, arrumava os lençóis da cama e punha toalhas lavadas na casa de banho, enquanto me re-mentia, "eu sei que ele não vem e não estou a fazer nada disto para o receber". E as horas passavam, e tu não vinhas, e as lágrimas corriam-me grossas pelas faces, e depositavam-se num chão mais ou menos empoeirado, e lágrima a lágrima, enquanto tempo passava, e tu não vinhas, desatei num choro infantil, desesperado, convulsivo.
Queria tanto que viesses hoje. Hoje, eu precisava tanto que viesses, que me surpreendesses.
Não vou enviar sms de beijos e bons sonhos. Não, não vou. E ele vai perceber. Vai perceber que devia ter vindo. Vai entender que apanhei a roupa do chão, que ajeitei os lençóis e troquei as tolhas, porque ele devia ter aparecido. Claro que não estava combinado, mas se eu não lhe enviar a sms ele vai perceber que faltou ao que não estava combinado, mas que devia ter entendido. Vais, não vais? Ou será que nem vais dar conta ? Ou será que vais adormecer normalmente e de manhã não sentirás falta de nada ? Vou ter que falar, não é? Vou ter que por em palavras toda a falta que eu sinto de ti, mesmo quando nos falamos todos os dias? E vou enviar a sms, como tenho feito ao longo destes 4 meses, não é?
Está bem, mas vai ser curto e seco. E não vou estar à espera de uma reacção. Vou só escrever o sms curto e seco e não vou esperar nada, nada. O telefone toca.
Já estavas a dormir?
(Finjo voz de cama e de sono) .
Desculpa acordar-te.
Não faz mal, sabes que não tenho dificuldades em adormecer.
Fizeste bem em ter ligado. Fizeste tão bem em ter ligado, em renovar o stock da minha esperança... espero por ti, até novo ataque de insegurança e desepero.

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