terça-feira, 20 de novembro de 2007

E no meio o que é que há?

Gosto de me definir como uma criatura racional, ponderada, analítica e lógica (bom, tem dias!). Na verdade, penso que faço uso desse modelo de actuação-reflexão em diversas esferas da vida e que sou muito bem sucedida com isso. Foi assim no meu percurso escolar, é assim no meu trabalho, nas minhas relações familiares e de amizade... Há apenas um domínio em que me sinto completamente à toa e onde este infalível paradigma de vida dá claros sinais de falência: no amor (ou no que anda lá perto).

Vamos lá ver, se eu me explico. Eu não tenho nenhum problema em identificar o que sinto, o que quero e o que espero do outro. Aliás, se a coisa se resolvesse unilateralmente tudo rolava muito bem... Mas, não. Aqui só impera mesmo o team work. E fico desconcertada com a interlocução que tenho encontrado e com a respectiva hermenêutica que a relação exige. Não sei o que significa a existência de duas grandes gavetas no armário masculino das relações:

- há uma gaveta pequenina, onde cabe "a namorada". Bom, na verdade essa gaveta está vazia e pode albergar alguém... MAS, será, sem dúvida, para progenitora da prole, com assento marcado no almoço de domingo em casa dos pais.

- depois, há o gavetão das "AMIGAS". E aqui é o puro caos, onde se arrumam os one night stand mais ou menos etilizados, as curtes de férias, os casos mais ou menos coloridos de razoável duração cronológica e, claro, as "quase-namoradas-que-são-amigas-porque-namorada-só-tive-mesmo-uma"


Para quando uma gaveta intermédia (ou um organizador de gavetas da IKEA, pronto!)?

2 comentários:

L'etranger disse...

é um problema hormonal e acho que também genético....embora para mim basta uma, a tal, que engloba todas as mulheres que um homem (ou eu) precisa.

bem, parece que sofremos do mesmo mal, embora as circunstâncias sejam diferentes..será que no futuro haver remédio para isto? tipo tomar uma aspirina e pronto?

e o raio do tempo que não passa...

Clepsydra disse...

Infelizmente, não se tem investido suficientemente nesta área e, consequentemente, os resultados obtidos em laboratório sobre esta problemática são, ainda, MUITO insatisfatórios, shuif, shuif... Resta continuar a arriscar, saindo, mesmo em dias de chuva... acautelando galochas e chá de limão, né?