quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

O meu buraco na areia é aqui e tem vista para uma ponte


"Tens de falar com ele! Fala com ele ou cava um buraco na areia e grita tudo o que vai aí dentro. Aí, sabes que é o fim, que morreu e poderás, finalmente, despedir-te e fazer o teu luto" (Palavras sábias, de sábias amigas)


Tentei fazer o que me disseste T., legitimei por decreto a SMS como meio de comunicação. Até escrevi mesmo a SMS. Mas, não é por acaso que ela incorpora Short no nome e o que eu tenho para dizer, por muito sintetizado que seja, é Long, too Long... Na verdade, é demasiado longo porque excede o número de caracteres definido e demasiado extenso porque extravasa a capacidade do meu receptor.


Uma coisa eu sei: eu não sou esta gaja neurótica, triste e amarga obcecada pela descoberta do que te poderá magoar (e acredita que aqui, em pensamento, já me ocupei a imaginar situações que nem ouso mencionar - comecei a perceber melhor a semente dos crimes passionais que ocupam as parangonas do 24Horas e do Correio da Manhã). Eu não sou isso, eu sou aquilo que eu quiser que tu acredites que eu seja. Eu vou ser capaz de te desejar, com um sorriso doce nos lábios, que encontres tudo o que tu procuras, que tenhas tudo o que tu mereces, que colhas tudo aquilo semeaste. Eu vou dizer-te adeus, agitando ternura na ponta dos dedos.


Vou cavar aqui o meu buraco na areia e libertar-me deste grilhão de ódio e de raiva que ainda me liga a ti, em breve, muito breve...
(Foto: "Ponte por um canudo" de Nuno de Freitas)


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