quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Um bom encontro é de dois

Tenho uma relação estranha com a música que se foi transformando ao longo dos anos. Despertei bastante tarde para esse universo, tinha dezoito anos, estava no primeiro ano da faculdade e foi pela mão, ou melhor pelo ouvido, do meu primeiro namorado que o interesse por esse domínio se foi afirmando. Até essa altura ouvia música na rádio, sem aprofundar grandes conhecimentos por grupos e correntes musicais. Não deixa de ser estranho porque há um papel que a música costuma cumprir entre a população adolescente de identificação grupal. Tal não aconteceu, o que só confirma o meu carácter não-gregário!
Enfim, com o-primeiro-namorado fui descobrindo alguns baluartes musicais e culturais sobretudo dos anos oitenta, fui ganhamdo o gosto pela compra de discos, pela leitura do bocklet e começando a seguir os desenvolvimentos de algusn grupos ou interpretes que interessavam. Por restrições financeiras tive de deixar o hábito de comprar discos (viver sozinha tem destas coisas) e fui cingindo a minha atenção a alguma música brasileira. Actualmente, não faço a mínima ideia do que se passa no campo da música e regressei à rádio. Com a rádio desenvolvo uma relação que normalmente coincide com os momentos de condução diária, vou ouvindo as notícias, o trânsito e depois como as play lists que nos impingem. Na maioria das vezes não presto muito atenção às músicas que passam, mas o meu ouvido assimila-as e vou cantarolando sem saber muito bem o que digo. Quando me faço acompanhar de alguém e começo a cantarolar não é raro ouvir com espanto "gostas disto?!" e eu digo "Não", "Mas estás a cantar", "é, mas não gosto!".
Com a rádio há outra coisa que às vezes acontece e que acho deliciosa, que é pensar numa das músicas que passam 10 vezes ao dia, antes de ligar o rádio e quando o ligo, tcharam, lá está ela.
Aconteceu-me isso hoje de manhã com uma música em que tenho pensado:

É só isso
Não tem mais jeito
Acabou, boa sorte
Não tenho o que dizer

São só palavras
E o que eu sinto
Não mudará
Tudo o que quer me dar

É demais
É pesado
Não há paz
Tudo o que quer de mim

Irreais
Expectativas
Desleais
É pesado
Mesmo, se segure
Quero que se cure
Dessa pessoa
Que o aconselha
Há um desencontro

Veja por esse ponto
Há tantas pessoas especiais
Um bom encontro é de dois
(Vanessa da Mata e Ben Harper)


Não acredito em destinos e coincidências, mas vacilo quando acontecem e se concretizam inexplicavelmente. Um bom encontro é de dois e não nos temos encontrado, se calhar é só isso, uma espera desmesurada de ti, talvez tenha acabado e seja altura de dizer boa sorte...

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